sábado, setembro 29, 2012

Ilusionista

Spencer Clark tem umas mãos de borracha. Espantoso o que ele consegue realizar com um baralho de cartas. De facto, verdadeiro mágico!

terça-feira, setembro 25, 2012

Edouard Manet-Jovem com Hábito de Majo

Gosto muito do Edouard Manet, e me desculpem, mas não resisto aqui a colocar mais um posto sobre este grande pintor francês, cujos temas são tão variados e tão ricos que quem o aprecia encontra sempre mais um motivo de satisfação e ao mesmo tempo de diversão. Desta vez Manet diverte-se a pintar o seu irmão Gustave vestido com a roupagem típica do sul de Espanha. O mais engraçado é que Manet fazia colecção de vestidos espanhóis, que o atraiam pelo seu exotismo e as suas vivas e muito garridas. Não é sem propósito que o pintor realizou muitas obras com esta temática: toureiros, matadores, entre outros, sobretudo entre 1860/65 em plena juventude.Assim, o artista dedicava-se a retratar personagens marginais e delinquentes(ver o meu post anterior sobre este pintor) todos eles provenientes dos bairros marginais à cidade de Paris e que saiam do campo atraídos pela cidade fervillhante, acabando na maioria das vezes na mais plena miséria e mendicidade. Essa sua juventude modernistmo vontade de provocar e garra levaria E.Manet a pintar um ano mais tarde a sua famosa obra "Almoço na Relva" que já abordei aqui em post anterior.O quadro que aqui podemos apreciar foi apresentado no Salão de 1863 e, posteriormente rejeitado, passando para o Salão dos Rejeitados.Ora, isso entristeceu Manet, nessa época completamente obcecado por obter reconhecimento oficial da sua obra.Mas detenhamo-nos um pouco nela. Os tons dominantes são o vermelho e o negro. O manto que o seu irmão segura com um ar muito maroto é pintado com uma cor tão viva que acabou por provocar a admiração dos críticos mais modernos da sua época, posto que tal não era habitual.A riqueza dos pormenores é fantástica e quase que temos vontade de o colocar nas nossas costas. Contudo o que mais desagradou aos críticos do Salão foi  a falta de psicologia da cara deste Majo.Com efeito, os pintores impressionista não davam grande importância a esse aspecto nas suas obras, pois tratavam a cara dos seus modelos com a mesma atenção que punham nas suas obras.O que importava era a luz dos objectos e a análise da luz sobre eles coisa que aqui não acontece, posto que Manet estava amais interessado em  criar uma figura típica segurando o seu traje conseguindo o pleno no na criação do capote na postura física do personagem e na colocação das mãos e dos pés. Uma grande obra este "Jovem com Hábito de Majo", que é um óleo sobre tela com consideráveis dimensões e que pode ser visto e apreciado no MoMa  de Nova Iorque.

quinta-feira, setembro 20, 2012

Spot Publicitário... Cool

Pelos vistos na Dinamarca é super divertido andar de...Bus!
Por cá, não só não é nada divertido..como super caro!
Haja gente Feliz!

terça-feira, setembro 18, 2012

Maridos e Mulheres

Há algum tempo atrás tinha gravado o filme "Maridos e Mulheres". Sem tempo para o ver, decidi no sábado passado sentar-me no sofá e apreciá-lo condignamente. Eu já o tinha visto no cinema e lembro-me de me ter divertido imenso, porque  Woody Allen, o realizador desta pequena obra de arte e também o guionista disseca de uma forma muito acutilante, mas ao mesmo tempo irónica, alegre e mordaz a vida de dois casais nova iorquinos de uma forma que poucos realizadores são capazes. Sou suspeita para falar porque tudo aprecio tudo o que W.Allen faz e por isso estou em pulgas para ir ver este sua última 'loucura' cinematográfica que é o "Para Roma com Amor", mais um filme passado na europa desta vez em Itália, posto que o realizador já se divertiu em Londres, Espanha, França...chegando finalmente à Itália!Para quando um filme em Portugal?Seria uma originalidade!!
Mas...voltando ao "Marido e Mulheres" o que aqui vemos é um W.Allen casado com uma passiva-agressiva Mia Farrow, coadjuvado por um outro casal constituído por um seguro S.Pollack e uma hiperactiva Judy Davis. O papel mais conseguido é o de Mia Farrow.Complexa, neurótica,ciumenta, despeitada, insegura, mas sempre conseguindo 'levar a água ao seu moinho' vemo-la casada em segundas núpcias com Gabe um Woody Allen fazendo de escritor/professor de sucesso, que por sua vez caí de amores por uma talentosa aluna, J.Lewis impecável na sua juventude, sensualidade, petulância e charme. No meio disto tudo vamos apreciando também um jovem Liam Neeson caído de amores por Sally/Judy Davis, mas cujo foco de atenção é Judy/Mia Farrow que mais uma vez 'levando a água ao seu moinho' consegue obter aquilo que quer. Há uma certa parte do filme que é extremamente engraçada, é quando Gabe/W.Allen, vai dissecando um pouco a obra que está a escrever, precisamente sobre Maridos e Mulheres e desmistifica o mito do orgasmo em simultâneo... uma pérola. Woody Allen, segue mais uma vez aqui o processo de filme narrativa, em que cada personagem vai falando sobre si, fazendo ao mesmo tempo o contraditório do que foi dito pelo seu parceiro e o realizador sabe fazer isso de uma forma extremeamente sarcástica, irónica e despudorada.
No fim...bem no fim...o que sobra são casais trocados, uns mais sós que os outros e o que daqui podemos tirar é que de facto, e tal como nos diz a personagem de Gabe, a vida real não emita os filmes...apenas a má televisão.
Um filme a ver, rever, sorrir ...e pensar o quão difícil é de facto viver numa comunhão a dois, e o realizador mais do que ninguém sabe aquilo muito daquilo que ali mostra.Adorei!

quarta-feira, setembro 12, 2012

Edouard Manet-O Velho Músico

A tela que aqui aparece foi pintada por Édouard Manet quando o artista estava na sua formação.
Manet tinha regressado das suas longas viagens a Itália, Holanda, Alemanha e Áustria, onde conheceu obras dos grandes mestres da pintura europeia. Entre estes apreciava vivamente Francisco Goya e em particular tinha especial apreço por Velásquez, artistas que pôde estudar nas suas constantes visitas ao Museu do Louvre.
Ora, foi precisamente uma gravura de Goya sobre os "Bêbados" do grande Velásquez que  inspirou Manet para a criação da obra que aqui surge exposta.
 Édouart Manet nessa fase da sua vida estava muito consciente da problemática social do seu país, tal como demonstram os seus inúmeros quadros de ciganas, vendedores ambulantes, músicos e vagabundos. Refere-se que nessa época, a população de Paris tinha crescido desmesuradamente e o número de indigentes excedia já os cem mil, indigentes esses que deambulavam pela cidade ou seus arredores, muitos deles vivendo na mais profunda miséria.
Esta tela é pois um compêndio das personagens que habitavam a vizinha rua Guyot, próxima do estúdio do artista.No centro, o violinista, olha melancólica e profundamente e espectador do quadro. Entre ele e o resto das personagens não há qualquer comunicação, quer afectiva quer espacial. Mesmo o miúdo de fato preto com o braço direito sobre o que tem uma estranha vestimenta branca não olha para ele, a sua posse é algo forçada. Por sua vez o homem que aparece, com o chapéu alto parece repetir outra personagem do quadro de Manet inclusa na sua obra "O Bebedor de Absinto". A própria paisagem parece, inclusivamente intemporal e produto da imaginação do artista.
De facto a obra não pretende representar um determinado momento, mas ser, uma pura reflexão em torno das injustiças sociais, sobre o qual o artista estava muito atento.
Esta tela denominada "O Velho Músico" é óleo sobre tela e pode ser apreciada no National Gallery of Art de Washington.

terça-feira, setembro 11, 2012

terça-feira, setembro 04, 2012

Um Dia de Tédio

"Só Deus sabe o quanto um Homem precisa de férias depois da vinda de férias".
De facto poucas frases são mais verdadeiras do que esta. Instalasse o cansaço, o desnorte, o vazio. O ritmo do trabalho foi quebrado e por menos tempo que o ser humano tenha estado 'inactivo' apenas usufruindo de um pouco de sol dormidas até tarde, refeições fora de horas, leituras  trash de romances sem qualquer sentido, revistas de coscuvilhices da vida alheia,restaurantes e  esplanadas apinhadas de gente e com funcionários desejosos de estar a milhas de distância, o corpo humana ressente-se do retorno a uma vida de responsabilidade, horários, pagamentos por fazer...e eu que  já tinha cá o maldito IMI e o imposto  de circulação automóvel à minha espera.Tal como milhares de outros portugueses fiquei desempregada, o retorno ao trabalho não se deu, o que se deu foi uma caótica ida ao centro de emprego da minha área de residência onde estive desde as 10.01 da manhã, para ser atendida às 16.30, saindo de lá às 17.20! Enervei-me, ansiei estar a milhas de distância, senti-me em queda livre, senti que estava dentro de um buraco cujas paredes eram feitas de rostos humanos algo desesperados, olhando para um visor onde continuamente iam passando números, nunca o meu, mas sempre o de mais um desgraçado que tal como eu ansiava por sair dali o mais rapidamente possível. Levei um livro e acabei de o ler apesar de faltar umas cem páginas ou mais.....já nem sei!
 Por fim, já nem o podia ver, as costas doíam-me, o tédio e o desanimo dominavam-me.Decorei com o olhar todo o espaço que me envolvia. Esta noite sonhei com ele, não foi um pesadelo, apenas uma constatação que o mesmo se enraizou em mim,  colou-se à minha pele e recordarei por muito tempo aquela sala onde desperdicei um tempo que não voltará jamais!Uma tristeza, um pesadelo!
 Ontem, dia 3 de Setembro a saturação saia-me pelos poros, o calor imperava, muita conversa, muito barulho, nunca o silêncio, nunca a quietude, apenas vozes humanas que carpiam as suas desgraças. Por fim, lá fui chamada e quando dali saí só me apetecia enfiar-me dentro do carro e rumar....rumar para onde? Pensando bem, não me apetecia  fazer nada, nem chorar conseguia...que tédio, que seca, que raiva!Não foi um dia de raiva típico (será que os há?),  não me apetecia qual Michael Douglas, pegar numa arma, o que me apetecia mesmo era desaparecer, não falar com ninguém, sumir, evaporar.....
Agora aguardo que melhores dias virão, não podemos desanimar porque  um ser humano sem ânimo, não vive, não procria, não age, nem interage.
Penso com alguma esperança que  irei sobreviver a este desalento e tristeza!